Voa Voa

... que o tio agora namora Lisboa.

terça-feira, junho 27, 2006

Andava eu de candeias às avessas

Andava eu de candeias às avessas
dando luz à escuridão
esquecendo-me nas quebras das travessas
vendo lá longe a tua mão
Preso por um fio de poesia
coso os buracos, apanho os cacos
do velho novelo faço um tecido
uma bandeira que dê rebeldia
ao meu coração já rendido
Apelo à sabedoria pura
aos poderes do voodoo
e não me sai mancha de tintura
mais teimosa do que tu!

IV - Desabafos by night de Maria João Minha Prima

A Lua de ti mesmo

Sentado na lua, balanças as pernas alternadamente.
Abandonas-te aos seus encantos,
E deixas-te guiar pela mãe universal que te dá alimento.
Quarto Crescente,
Segue os sonhos que constróis,
Faz soar a voz dos valores em que acreditas,
Constrói o teu castelo sobre alicerces seguros.
Já lá vai a Lua Nova.
Já nasceu o novo dia que delimita os teus contornos.
Semeia.
Entrega-te ao universo, numa oferenda verdadeira.
Lua Cheia.
Cresceste.
Como o filho que se gera no ventre materno,
E tu,
Estás inundado de vida.
És o céu, o mar, a terra e a centelha do espírito divino.
És um homem completo.
Perfeito na sua imperfeição.
Lá vem o Quarto Minguante,
Que te faz desaparecer,
Fugir,
Recolher ao interior de ti mesmo,
E esperar.
Novo ciclo.
Nova vida.
A roda não pára de girar!

III - Desabafos by night de Maria João Minha Prima

Espelho meu

Revelas-te num gesto brusco que não exprimes.
Fica contigo, esse impulso de me arrancares à força um beijo.
Ambos sabemos,
Que a vida se exprime naquilo que vives, e que não vives.
Pensamento e acção.
E no entanto é tão forte essa energia que rodopia à minha volta,
Na tua presença.
Como um íman que me atrai,
Dia após dia,
Para ti.
Um gesto.
Sim, esse toque que me ofereceste e eu aceitei.
Uma carícia esquecida que jamais apagarei.
E pode ser mais do que isso.
Pode ser o mundo.
Tenho medo,
Medo de abrir as asas e voar.
De cair.
De abraçar a vida.
Uma voz sussurra-me...
Não há que ter medo da maçã envenenada.
Qual Adão e Eva num paraíso de víboras, que se afastam ao nosso caminhar.
Deixa-os falar.
Deixa-os desmentirem aquilo que poderá estar bem escrito.
Na natureza não há erros... nem acasos.
Espelho meu, quem é aquele que vejo como um sonho perdido nesta selva errónea?
E tu, tens medo?
Dá-me a mão.
Já passou.

II - Desabafos by night de Maria João Minha Prima

Digo-te Adeus

Tu,
Estás escrito nos símbolos do meu pensamento.
Todo tu poderias ser convertido em linguagem simbólica,
Letra divina,
Centelha que arde, nesta fé obscura que é o destino.
Sim, tu.
E no entanto, és mais do que esse símbolo em que te converteste sem saber.
És calor,
És orvalho fresco,
És brisa reconfortante que me inunda os pensamentos e me areja as ideias,
És jovem e leve, como o sorriso de uma criança!
E és o mar sereno, numa manhã acordada,
O mar revolto, num turbilhão adormecido.
Contradizes-te.
Pensas que dizes,
Dizes que pensas.
Fazes sinais e esperas.
Afastas-te.
Voltas aos meus braços, cheio de encanto, e de novo te vais... cavalinho.
Há mais marés que marinheiros, alguém disse.
Há mar e mar... há ir e voltar!
E se não voltas?
Recordo o teu doce sorriso,
A tua carícia, que me encheu de ternura,
O teu voar sereno de águia solta... e livre.
As tuas poucas palavras, e os muitos gestos que te revelam.
Recordo-te a ti.
E digo-te adeus.

I - Desabafos by night de Maria João Minha Prima

Palavras sem sentido...ou talvez não!

Atiro-me para o vazio de uma folha branca................ e reencontro-me finalmente.
Aquelas palavras que se soltam na brisa que nos devolve à vida................... sorrio!
São meras palavras soltas.
Sem sentido.
Ais e Uis... desabafos de desejos inacabados... à deriva... livres......... sinto-me corar!
Um tempo perdido.................................................................................
......................................................................... um tempo encontrado.
Saudades do futuro............................................................ esperança!
Se ao menos um livro pudesse ser uma música de três ou quatro minutos!
Que nos faz sonhar.
Que nos prende ao tempo.
Ampliando-nos na essência das emoções......................... melodia.
Começou.............................................................................
............................................................................... acabou.
Ouvir
Cantar
Dançar
Sentir a Liberdade.................................................................. voar.
No espaço curto da minha mente percorro esse vazio que é o tempo e, para meu
espanto, encontro uma riqueza imensa..................................... castelos de cartas.
Somos, homens e mulheres, preenchidos por razões que nunca explicaremos,
que expressamos em códigos e cifras................................ tu... eu.
Nós........................................................................................... talvez!
Entendemo-nos nesta linguagem macarrónica e repleta de enganos.
Encarnamos o próprio tempo nas rugas da nossa expressão.
Os segundos, minutos, horas, dias, anos atravessam-nos............................ fugazes.
................................................................... passa tudo tão depressa!
Quero
Viver
Rir
Sonhar
Abraçar a vida.......................................................... chorar.
Enlouquecer nos teus braços................................................. oh desejo!
E morrer..................... cheia de pequenos nadas que me completam.

sexta-feira, junho 23, 2006

Pairando sobre o azul

Pairando sobre o azul
onde as almas passeiam a voar
todas querem o quente beijo do sul
e um lugar pra chapinhar!