Só por sorte me visitas
Só por sorte me visitas
tantas vezes por amor
mais vezes por me pôr
na távola dos artistas
Não é quando quero
quando abre o apetite
e a vontade é dinamite
que vai cair o pêro
Nunca mais chegas...
adornas o meu vagar
farto das tuas negas
tento não desalentar
pois só assim me pegas
aberto de par em par
Mas que grande mixórdia!
tudo rima sem concórdia
o verso encravou de vez
e hoje vai cá uma escassez...
Que a ciência desta arte à la carte
seja tão inexacta e infinitamente abstracta
que pelo menos por um dia
eu te celebro poesia!