Travessa da boa-hora (by Brotherhood of Science: eu + Luís)

Travessa da boa-hora
esquina que ninguém nota
não se sabe quem lá mora
quiçá uma boa anedota
Muita coisa vai rolando
serão vidas que passam?
vidas que se vão ceifando
em fardos que se abraçam
Vem e abriga-te neste estaleiro
a tua escola de bons vícios
sopra um vento traiçoeiro
chovem santos sacrifícios

Segue o condutor de gôndola

Segue o condutor de gôndola
pelo canal da vã solitude
pára num instante a tua tômbola
deita-te, acorda no mar da plenitude
Acorda!

Ó pequena colegial

Ó pequena colegial
és fogo carmim, és manancial sem fim
uma jura a transbordar de frescura
quero colher a vida antes de ficar madura
suspenso no teu sorriso de cristal
Haverá virgem que aguente
haverá maluco que fosse indiferente
são todas as feridas da mente
amores de algodão com suores de sangue-quente
Mas não te detenhas no final
ao veres o cimo da tua colina
cobrirás de sempre-vivas um postal
guardado no coração duma menina