Voa Voa

... que o tio agora namora Lisboa.

sexta-feira, maio 30, 2008

Tua, minha nossa! (Bondage Sessions)

Tua, minha nossa!
és toda grossa!
cresce cresce entre as pernas
uma atrevida e sumarenta bossa
abre a torneira das minhas cisternas
é pr'àtestar a tua poça!

Vamos substituir a palavra (by Papa Bear: eu + Marta)

Vamos substituir a palavra
voltar à sua origem
desdizer o que o tempo grava
celebrar as formas do ar
tudo o que os olhos não fingem

quarta-feira, maio 28, 2008

Deixem passar a junta de corações

Deixem passar a junta de corações
pelas artérias das gerações
lançem flores e larguem balões
ou entrem também com a vossa parelha
não fiquem a olhar de esguelha
Eu digo que o amor é um lavrador
vai trilhando vai cuidando
revê-se na sua senda
repete-se com a noção do seu valor
o provir da sua fazenda

terça-feira, maio 27, 2008

És chama que emana e não dá cana

És chama que emana e não dá cana
és prurido que estala sem alarido
és um potente sol nascente
és a corda da minha persiana
Assim que te vi, queri-te como a pirite
desortografaste-me o discurso todo
esgravatei-te e descobri mesmo oiro
afinal não fui tolo, mas sim toiro
a curtir um cocktail de lodo
no teu arrozal deveras angelical

A minha alma está parva

A minha alma está parva
em ti está cativa
voraz como uma larva
dá-te calor para um dia se tornar amor
arrebita em paz
está marta-viva!

Aterrei de cabeça num pote de mel

Aterrei de cabeça num pote de mel
foi um beijo ao de leve
uma descarga da mais doce neve
que se fundiu com a minha pele
Não me bati com a sua prisão
abri os olhos para um humor vítreo
deixei-me dourar por aquele sítio
imergindo a fazer o pino
a rodar como um pião
Há um riso silencioso
um lento e perpétuo movimento
que se prova para sempre neste curso pegajoso
Não quero chegar ao teu fundo nem que me parta
mas não será preciso atar nenhum cordel
apenas ir tragando a riqueza com que me vais cobrindo marta
pois és tu meu puro prazer em gel!

Filei-te ó mosca

Filei-te ó mosca
agora sou teu paciente
e espero-te assim
até que te feches enfim
segura e tenente
na minha última matriosca
Os olhos descrevem ziguezagues
serpenteiam por entre as grades
do meu desejo de voar contigo
de ser mais que um vigilante amigo
Tu pousas
apanhei-te ò mosca
vives na minha concha
abro a mão e tu temes não
tu ousas
dás-me uma fiança tosca
a troco dos primeiros doces pra minha rechoncha!

Não me sais do turbante

Não me sais do turbante
pincelado de todas as cores
és um galopar que está sempre adiante
a chegar à minha vila dos amores

quinta-feira, maio 08, 2008

Hoje passei por um circo de pulgas

Hoje passei por um circo de pulgas
e eram das ferozes
tentei todas as fugas
mas mergulhei na corda bamba com elas
dei-lhes sangue a perder ao guelas
em amigas e discretas doses
Amanhã já lhes ouço as vozes
acenam-me para ir brincar além
naquele circo de sanguessugas
onde uma boca de espanto nunca tem rugas
sonhei que sorria e deixava um vintém