Ok, contagem crescente
quero os trapos todos a suar, a cama a estremecer
a beiça a babar, as tripas a ranger
se para me curar é preciso pôr-me doente
sê-lo-ei com uma pinta de podridão decadente
e quando o sol parecer nascer cada vez mais longe
um galo cantará autoritário e com a paciência dum monge
stop, seu estupefaciente!
Num transe sem igual, justos, límpidos e sadios
filhos do instinto animal, lutam por si, contra mim
guardiães da vida, despejados, baldios, desesperadamente tardios
vão fazer-te a lida, casa do meu espírito em ruína, cercada enfim!
podem estirar-relampejar-estrebuchar, tocar o guizo neste e naquele piso
são frentes que retaliam, choques que electrizam, horas que me esgotam
dure o que durar este caminho, moe o que moer este moinho
está consumado o ensejo, de vós já só posso depender
em breve, à velocidade dum beijo, sairei desta vossa graça um novo ser