Voa Voa

... que o tio agora namora Lisboa.

quinta-feira, abril 19, 2007

São 10

São 10
senta-te, bebe uns cafés
e saiamos quanto antes deste ralenti
começo a achar que tudo é esforço teu pra me evitar
serei eu intelecto tão aborrecido pra ti?
Ora essa, deixa-te dessa treta de mea culpa e ouve mas é este poema
aqui vai a explicação para este grave dilema...
Raio que rasgas o céu
és duma existência efémera, duma energia tão bruta e pura
és amoral, irresponsável, um brilhante camafeu
tens a tua missão bem definida mas pra mim iluminas e animas a noite escura
A natureza criou-te possante e singelo
coisa maior, intocável, sinistro mas belo
sob a tua força física, abrigam-se as fraquezas do meu intelecto
amiúde humano dejecto, de ganância, egoísmo e altivez objecto
consumido pela sede de emoções
a especialidade da nossa raça tão fulgurante
tanto pensar pra desejar uma avó borrasca, um avô ciclone e uns pais trovões
comparado a ti raio, posso ser alguém, mas sinto-me um algo tão insignificante