Voa Voa

... que o tio agora namora Lisboa.

domingo, junho 28, 2009

Primeiros no escorrega!

Primeiros no escorrega!
vou curtir a gravidade
saltar os telhados da cidade
olha o meu super-querer
não há como dizer "já chega!"
pois chegou o infra-poder!
Consegues concentrar toda a energia do universo
tocar o seu fim onde o dedo maior termina
evitar que o brilho metálico se gaste no seu reverso
como se fosses deslizando para uma mina
É um estado de perpétuo movimento
um folhear duma aventura épica
sem casa, destino nem réplica
é respirar à velocidade do vento
estar imerso pela chuva
contemplar uma fagulha
Solto as amarras
recolho as garras
através das bolhas
dum refrigerante aberto
lá vou eu caindo
num caminho sem escolhas
onde sem errado tudo é certo
sou eu caindo!
e olha que lindo...

Estala o verão e começo a descascar-me. Faz-se uma muda. Pianinho para os predadores não meterem o dente. Gosto da nova pele, é tão luzidia e exuberante... como o espírito que veste.

... lixo, lixo, lixo .......... lixo, lixo, ........ e lixo.

"hé, tudu çe rezolverá" + "jáh lânbi ãge beisas bein" + "henpurrei a coiza com xá" + "tô peronto, vânhálguein"

Não Mamã

Não Mamã
não quero mamar
quero que me ensines a não ter medo do amanhã
quero saber lutar
Tenho o corpo em carne viva
numa terra onde não faltam leões
sinto o cansaço e as feridas dos arpões
vejo-me a desaparecer nesta existência furtiva
Ando cá há muito tempo
sempre à espera do momento
todas as armas que ostento
esgoto a troco duma fábula de sentimentos
dá-me uma máquina de viver
que eu seja autor dos meus rebentos
que nunca os comece a conter

Lá fora o mundo passa

Lá fora o mundo passa
a janela, sempre a mesma,
atira-me para um limbo de tristeza ... e tristeza
aqui dentro graça-se a desgraça
o escuro, fora uma nesga,
uma que sustém o espírito por meio de distorcida pureza, é pureza
Haja luz
com humildade
neste comboio subinsano sem paragens na liberdade
que me transporta para dentro da inabalável verdade
prazer seduz
Apeado uma e outra vez
penduro-me na forca dum talvez
assim vou entrando e saindo
desta carruagem feita do falso ... e do lindo

terça-feira, junho 23, 2009

Quadras de Sto. António

Foi na noite de Sto. António
que segurei a minha querida
não nos apartou o pandemónio
foi o marido qu'andava escondido
que me deu uma corrida

Não gosto nada de sardinhada
nem me cheira o manjerico
se me quiseres estou na sacada
aos beijinhos à minha amada
e a ficar já todo aflito

Ela é uma santa
e eu um sacripanta
Sto. António faz lá essa
tens de mim a promessa
ajuda-me a ganhar
esta rapariga que vale um milhar
de milhões de biliões de ziliões
de só a ignorância me faz parar
e eu darei sardinhas aos pobres e petingas aos pobres também
aos ricos só darei desdém
Sto. António por favor
plantarei florestas de manjericos
serei um homem nobre
deixarei de ser um odre
beberei só o nosso amor
sem engasgos nem salpicos!

quarta-feira, junho 03, 2009

Lá vem a seta da tribo vizinha

Lá vem a seta da tribo vizinha
a que injecta veneno do bom
quem 'àssina é uma indiazinha
assassina de óptimo tom
Não recuo nem avanço
ida cabeça de ioiô
apenas ponho o descanso
como bom alvo que sou
Finalmente atingido
mas que doce trespasse
ter a morte mesmo à face
o mais puro e caro sentido
E tu, indiazinha
podes beber desta sangria
chegar ao fundo do garrafão
e serás minha pontaria
do meu aberto coração

Soas a nome de flor

Soas a nome de flor
odor a música exótica
néon de estrela erótica
a saber o seu sabor...