Encontramo-nos na galeria
Encontramo-nos na galeria
a tua face é geometria
o teu corpo ergonomia
Estudei-te de canto a canto
como se não tivesses interior
nada me daria mais transe
do que puxar-arrancar-te o manto
palavra do senhor
Podias ser virgem maria
que num quadro residia
com essa tua aura menina
filha duma beleza assassina
Imaginei-te como se fosses só linha
a viagem duma princesa animada
tão ténue, tão só ao fundo da estrada
e ao mesmo tempo só minha
Não me despeço do desejo
de apareceres por graça do acaso
e ver tuas cores verdadeiras
derrubar as telas do desconhecido
inebriar-me com o mistério
que deixa logo ver um beijo