Voa Voa

... que o tio agora namora Lisboa.

terça-feira, julho 04, 2006

Leva-me de volta ao tempo das bolas de sabão

Leva-me de volta ao tempo das bolas de sabão
quando não havia templos e tudo era sagrado
eu e a vida brincávamos lado-a-lado
e a semente germinava contente
caída no olho de um furacão

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Sonhar faz falta!
Alimenta o espírito e dá corpo à alma.
No tempo das bolas de sabão havia muita gente que se entretinha a rebentá-las... havia outros que não paravam enquanto não enchessem o ar de pequenos nadas, que ofuscavam, com o seu brilho, as íris deslumbradas dos rostos e cabeleiras distraídas daqueles que ousavam contemplar os céus...
Certo dia uma bola de sabão destacou-se das demais e partiu à descoberta de si própria... encontrou-se um belo dia à esquina do paraíso... logo ali ao virar para a terra do fogo, junto aos infernos da demência. Conheceu lá muitas almas que preparavam a fuga... e um dia chegou ao purgatório às cavalitas de uma criança que a salvou do enorme dragão de três cabeças que impedia a passagem para o reino dos céus. Lá estavam as outras bolas que, com ela, continuariam a deslumbrar tantas e tantas cabeças pensantes... em sonhos, ou simplesmente realidades alternativas... percebeu então que não estava só neste universo de múltiplos espelhos e reflexos. Havia muitas como ela, tantas e tantas que uma vida não chegaria para conhecer a todas. E foi feliz, nessa irmandade de bolas de sabão, que se perguntariam a partir daí, durante todos os dias da sua curta existência: se não fosse o grão de areia o que seria do areal? E viveram felizes para sempre. Chegaram mesmo a conseguir alcançar os céus e hoje preparam-se para chegar ao universo infinito... que saudades daqueles que acreditam em si mesmos, só que ainda não sabem.
Como tu!

Beijinhos primão

23:10  

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