Voa Voa

... que o tio agora namora Lisboa.

quinta-feira, janeiro 01, 2009

Quando a poesia bate à porta

Quando a poesia bate à porta
é um ter qu'ir atender
é um ter qu'ir escrever
e a solidão é morta
Flui, flui
quando me dou conta já fui
cumprimentei-me e entrei
bebi e deitei
bebi e sonhei
até trincar a fava
eu que sonhava
que nunca mais acordava
Eras um bolo-rainha
em terra de azevias
de batatinhas com enguias
de uvas sem graínha
não há espaço para todos
mas começas a comer
e lá se foram os modos
mas onde é que os ponho?
ah, não esquecer
guardar no bolso um sonho...

esqueci-me de vos dizer, a joaninha levantou vôo e foi pousar noutro mundo...se as pintinhas sorrissem...
há uma previsão inevitável a fazer: vai haver mais poesia, mais poesia ao ar livre

a treta d'ontem pode ficar a mofar:
levanta-se um demónio de saiote =» arqueia-se o diabo do coiote =» nunca a vida foi tão sofrida e preferida =» hoje é o tempo duma velha e pequena futura gigante romper a cápsula da sua frágil quimera volante =» brota, rebenta, esgota mas tenta =» e um dia farás sombra às manhãs que não passaram da penumbra