Voa Voa

... que o tio agora namora Lisboa.

terça-feira, maio 02, 2006

Que bela seria a primavera

Que bela seria a primavera
seria mais rica e perfumada
se não fosse este vazio e esta inveja
de ver todas as criaturas de mão dada
A natureza não se conforma e já cisma comigo
"um jovem jeitosinho e meiguinho e não arranja companheira?"
ando atrás duma borboleta ó natureza, mas que duro castigo
querer tocar em toda aquela frágil beleza e não poder chegar à sua beira
Ah, que bom seria se ela bebesse das minhas flores
e me levasse a dançar com ela no ar
"bom? seria mais um milagre na história dos amores"
agora não natureza, já que me fizeste tão estúpido
ao menos deixa-me sonhar...

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

curti o teu poema!quem és tu?

Amor
Conflito entre os reflexos e as reflexões,
O mar d nós a desaguar num só rio,
A nuvem mais bonita de um céu azul.
Reguem as flores com água de rosas.
Guardem o sorriso q vos abala a alma,
Aqueles olhos...
podem ser a vossa morada para a eternidade.
As dores podem mostrar como a felicidade era grande.
O q é q fica desta vida a n ser...o Amor?

M.P.

02:27  
Anonymous Anónimo said...

APELO DE URGÊNCIA

De Rutland Sq., Massachussets, mandaste as boas-festas.
Depois vi-te em Bruxelas, na Grand´ Place, mas nada foi possível,
porque conduzias uma excursão turística
e o autocarro
ia partir, na hora.

Em Ruão, encontrámo-nos, na Rue de L´Horlogue.
E em Paris, na esplanada de um café, em Saint Andrés-des-Arts.
Mas nada dissemos um ao outro
porque tivemos medo de que nenhum de nós fosse um ou o outro.

Em Ottignies, nevava,
vi passar o teu rosto colado ao vidro da carruagem de segunda classe
da composição da linha do outro lado.

Eu ia para Gent.
E tu?
Direction Liège?

De então para cá, tenho-te visto, juro,
atravessando uma rua qualquer de uma qualquer cidade
de qualquer documentário cinematográfico
ou, súbito, ao passar,
numa qualquer fotografia de jornal.

Entretanto,
este breve postal de Tientsin:
“From China with love”.

E não assinas Laura,
não te chamas Beatriz,
nem Annabelle Lee.

Sei, porém, o teu nome e o teu corpo,
mas não sei onde moras
(quem o sabe?).

E por isso te peço que, se um dia
(extremamente improvável)
este apelo de urgência
chegar às tuas mãos,
cair sob os teus olhos,
tombar no teu coração,
então escrevas, escrevas, logo, prontamente,
dizendo o teu país,
a tua cidade,
a tua morada.

Porque eu voltarei a cobrir a cabeça de cinzas,
calçarei as sandálias,
tomarei de novo o meu bordão de buxo,
abraçarei os parentes e os amigos
e partirei à procura
do infinitamente inefável.

in A VIAGEM POSSÍVEL (POESIA - 1965/1981), EMANUEL FÉLIX, EDIÇÃO DA SECRETARIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA, ANGRA DE HEROÍSMO, 1984

Grande abraço - RIo

19:16  

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